quinta-feira, março 09, 2006

Legião Urbana - Dois








"Dois é o consenso. Pergunte a cada um dos fãs do Legião Urbana qual seu álbum favorito e aparecerão turmas para quase todos os discos. Uns escolherão o primitivo Que País é Este?, outros ficam com o pacífico As Quatro Estações, alguns preferem o doce O Descobrimento do Brasil, uns o hermético e denso V ou o triste A Tempestade ou o Livro dos Dias, outros ainda o leque pós-punk que era o primeiro disco do grupo. Mas todos confirmam o respeito e a devoção ao disco pardo, à capa ocre que tornou-se bege no CD, com o nome do grupo imponente como uma placa de escritório de advocacia (ou exército romano, como o próprio grupo deixava entender ao usar o slogan Urbana Legio Omnia Vincit) e nome do disco escrito apenas em alto relevo, à moda do nome dos Beatles na capa do Álbum Branco."
HISTÓRIA DO ROCK, por Alexandre Matias

Concordo plenamente, e vou mais longe ainda: na minha modesta opinião uma musica se destaca, Acrilic on Canvas. Não é só a melhor musica do disco, como a melhor da Legião Urbana e a mais bonita de todos os tempos. Queletra, que arranjo, que melodia!
Eu sei que isso tem muito mais a ver com a minha percepção, por "quem eu era" quando a ouvi, mas sejam honestos comigo: é ou não é uma beleza?

É saudade, então
E mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três

Trabalhei você em luz e sombra
E era sempre: “Não foi por mal
Eu juro que nunca quis deixar você tão triste”
Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras
Quase nunca são

Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar
A armação fiz com madeira
Da janela do teu quarto
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com as lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
E da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes
E fiz,então,pincéis com seus cabelos
Fiz carvão do baton que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei no horizonte

E era sempre: “Não foi por mal
Eu juro que não foi por mal
Eu não queria machucar você
Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez”

E era sempre,sempre o mesmo novamente
A mesma traição

Às vezes é difícil esquecer:
"Sinto muito,ela não mora mais aqui"
Mas então,por que eu finjo
Que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito
Ninguém sofreu
É só você que me provoca essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De "Amor-Perfeito"
E "Não-Te-Esqueças-De-Mim"

Um forte abrrrraço.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei contente e surpreso por encontrar uma nota da Legião. Valeu

Anônimo disse...

Navegar por blogs pode nos proporcionar muitas descobertas.
Não sei em que mundo eu vivia na década de 90. Graças ao Cara lá de cima, agora posso tomar conhecimento de coisas tão maravilhosas!

Abrrrrrrrrrrraaaço! :)