domingo, março 05, 2006

Noticia abaixo tirada do Blog do Josias de Souza na Folha Online

http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/



Em nova ação judicial, Valério cobra de PSDB e PFL


O empresário Marcos Valério decidiu acionar judicialmente o PSDB e o PFL. Vai cobrar os R$ 10,5 milhões que repassou, por meio da agência SMP&B, para o caixa dois da coligação que se formou em torno do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) nas eleições para o governo de Minas Gerais em 98.

Valério contratou o advogado Rodolfo Gropen, de Belo Horizonte, para mover o processo. Em entrevista ao blog, o Gropen informou que está reunindo os documentos que instruirão o processo. Anunciou que pretende ajuizar a ação na Justiça Federal de Minas no mês de março.

“Entraremos contra o PSDB e o PFL, que se coligaram em Minas, e contra o senador Eduardo Azeredo, que era o candidato a governador. Ele constituiu o Cláudio Mourão como seu procurador, para resolver todos os problemas”, disse Gropen.

Cláudio Mourão foi o tesoureiro da campanha de Azeredo. Conforme noticiado aqui em 19 de outubro de 2005, ele confessou em depoimento à CPI dos Correios que Azeredo fez uso de caixa dois. Disse ter recebido de Valério R$ 11 milhões.

Pelas contas de Valério, a importância repassada para as arcas clandestinas de Azeredo soma exatos R$ 10,5 milhões. “Vamos cobrar esse valor, com as devidas correções”, afirmou o advogado Gropen. “Estamos fazendo os cálculos.”

Diferentemente do que ocorreu com os R$ 55 milhões que Valério repassou ao caixa dois do PT, no caso de Azeredo os repasses não foram feitos em dinheiro. Valério diz ter transferido os R$ 10,5 milhões aos políticos que compunham a coligação mineira PSDB-PFL por meio de depósitos bancários.

“Meus clientes (Valério e a SMP&B) possuem as copias dos comprovantes bancários de cada repasse realizado”, esclareceu Gropen. “Nesse caso não foram saques em dinheiro. Foram depósitos em contas correntes de várias pessoas. Esses documentos já estão comigo e serão anexados ao processo.”

Além dos comprovantes bancários, o advogado de Valério utilizará no processo contra o PSDB e o PFL as notas taquigráficas do depoimento de Cláudio Mourão à CPI dos Correios. Gropen usará também cópias de declarações feitas pelo próprio senador Azeredo, que reconheceu a existência do caixa dois em sua campanha de 98. Um reconhecimento que levou Azeredo, sob pressão da cúpula do PSDB, a renunciar à presidência do partido em 25 de outubro de 2005.

Valério repete com PSDB e PFL o que já fizera com o PT. Em 20 de dezembro de 2005, o mesmo advogado Gropen ajuizou em nome do empresário mineiro um processo contra o PT, para cobrar os R$ 55,9 milhões repassados ao caixa dois do partido. Um valor que, corrigido, alçou à casa dos R$ 100,082 milhões.
Operador confesso de verbas de campanha, Valério foi à Justiça também para cobrar suposto crédito de R$ 12,9 milhões que julga ter com o Banco do Brasil. Fica claro que o empresário tenta passar da defesa ao ataque. Ao evidenciar que o caixa dois não é uma exclusividade do PT, Valério acaba por fornecer munição eleitoral para Lula.


Abrrrrrraço.

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