sexta-feira, maio 26, 2006

Chaves aposta no fracasso do México



O ator, escritor e produtor Roberto Gómez Bolaños - que durante décadas encantou a América Latina com personagens como Chaves e Chapolin Colorado - previu que a Holanda conquistará o título mundial, pois voltou a atuar bem. “Para a seleção mexicana, vejo a possibilidade de passar da primeira fase e nada mais. Isso porque pegaria a Holanda na segunda fase... Não tenhamos ilusões“.



Quando vi a noticia pensei imediatamente no Presidente da Venezuela, que delicadamente tratou o Presidente do Mexico como "o cachorro do império... mas não, era só um Mexicano pessimista (ou realista, sei lá) mas indubitavelmente muito astuto.

Abrrrraço.

quarta-feira, maio 24, 2006

Seu Guarda eu não vagabundo...


O cantor Marrone, da dupla sertaneja com Bruno, foi acusado de estuprar uma jovem de 17 anos. A Polícia Civil da cidade de Goiás oficializou o inquérito nesta sexta-feira. O cantor se declarou "surpreso" com a acusação. A menina se dirigiu à delegacia alegando ter sido estuprada em uma festa realizada em um motel próximo à cidade.
Marrone admitiu, em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, ter participado da festa. No entanto, ele nega ter alguma relação com o suposto caso. "Ele está completamente surpreso com a denúncia a qual foi submetido e se coloca à disposição da justiça", diz o comunicado. A nota informa ainda que o cantor não conhecia nenhuma das mulheres e que não sabia se havia menores entre elas. Além disso, ele declarou "não ferir a moralidade pública por estar em um estabelecimento privado e com direitos de cidadão comum."




Como assim, "a menina"? A matéria já não parte de uma premissa tendenciosa ao tomar essa abordagem? E como assim "festa num motel"? Acho que nessa história o Marrone vai acabar pagando ou pato, ou pior, servindo de boi de piranha - de novo, agora pra imprensa.

Abrrrrraço.

terça-feira, maio 23, 2006

BARRICADA

Luiz Fernando Veríssimo é o cara. O pai dele pode até ser muito mais escritor, mas ele tem um que de brilhante que só quem escreve crônicas tem: a captura do momento. Qualquer gênio pode escrever uma novela de oitocentas páginas sobre o fechamento do Mar Mediterrâneo pelos Turcos Otomanos, mas vai escrever alguma coisa interessante em meia página sobre o travessão ou sobre uma tampinha amassada no canto do quarto.

Esse texto é de longe o que eu mais gosto, lembro que o li numa revista Veja lá no Período Mesozóico lá no Polivalente, depois consegui uma cópia e arranquei, e acabei perdendo-a nas mudanças da vida. Se a internet nunca tivesse servido pra nada na minha vida, hoje eu já teria razões pra agradecer a sua existência - até pela frase que coloquei em negrito, que é sensacional.

Abrrrrrraço, e boa leitura.


BARRICADA
Luis Fernando Veríssimo

Um dia, irmão, comemoraremos nossa vitória com um banquete. Todos os que lutaram, ou que só usaram o barrete. E bêbados de nós mesmos, a mesa coberta com os destroços do combate - difícil dizer o que é sangue e o que é molho de tomate Brindaremos as cadeiras vazias dos que lá não estão. Os fantasmas de uma geração.
Um que morreu no exílio e foi devorado por vermes estrangeiros.
Um que enlouqueceu um pouco e tem delírios passageiros.
O que comprou um sitio em Cafundós do Oeste e nos manda fotos tristes dos seus pés em tamancos.
O que nós só vemos na rua, esbaforido, correndo entre dois bancos.
O que era anarquista e acabou na IBM.
O que era poeta maldito e acabou na MPM.
O que casou com a Vivinha e dizem que come a sogra.
O que era seminarista e transa droga.
Um que ia mudar o mundo, e se mudou.
O que ia ser melhor de nós todos, e vacilou.
Nossa Rosa Luxemburgo, que abriu uma butique.
Nosso quase Che Guevara, que hoje vive de trambique.
Restaremos você e eu, irmão.
E os balões circundarão nossas cabeças como velhos remorsos. E o pianista ruirá sobre as teclas como o Império Bizantino. E os garçons olharão os relógios e desejarão a nossa morte. Seremos sentimentais e um pouco arrogantes. Danem-se nossas trapalhadas, estivemos nas barricadas! Esta civilização nos deve, pelo menos, outra rodada.
Um dia, irmão, um dia.
Você proporá um brinde à razão e nossos copos vazios, com o choque, explodirão. Eu cantarei velhos hinos revolucionários, sob o protesto dos vizinhos, certamente reacionários. Brindaremos à fraternidade universal e à luta antiimperialista e à Nena do Tropical, que dava desconto pra esquerdista. Choraremos um pouco. E cataremos, entre as migalhas da mesa - como oráculos o futuro nas vísceras de um cágado -, vestígios do nosso passado.
O toco de um Belmonte Liso.
Meu Deus, o meu dente do siso!
Bilhetes de loteria que nunca deram e de namoradas que também não.
A letra semi-apagada de Great Pretender .
Um tostão.
Bêbados de autopiedade, brindaremos esta cidade onde nascemos e morremos mais de uma vez (só eu forma três) mas salvamos do inimigo. Nosso reino, nosso umbigo. Não temos placas na rua como heróis da Resistência, mas temos a consciência de que os bárbaros não passaram. Mas sei que no fim desses disse-que-disses os dois prostrados como mãe de misses já com aquele olhar do Ulysses você me dirá no nariz, com um bafo que, bem aproveitado, seria uma força motriz:
- Como, heróis? Como, não passaram? Meu querido, não te falaram?
E completara com um gargalo, a caminho do assoalho:
- Os bárbaros ganharam!

domingo, maio 21, 2006

Padre Pinto vai a uma boate gay e acaba no hospital


Após anunciar sua saída da Igreja Católica e declarar sua intenção de transformar-se em pai-de-santo no início da semana, o padre José Pinto trocou o terreiro de candomblé por uma boate gay OFF Club, na última sexta. O ex-católico acabou sendo internado no sábado a tarde, após desmaiar.
O boletim médico menciona apenas que Padre Pinto deu entrada em estado de semi-inconsciência às 15h e que ele recebeu alta às 17h30 depois de receber hidratação venosa (soro).


Eu tentei. Eu juro que tentei alguma piada que não fosse obvia, mas não consegui.

Perdão, e a todos um abrrrrrrraço.