terça-feira, outubro 10, 2006

Data a ser celebrada?


Vi essa matéria na Folha - traduzida da France Press - e haja vista a data centenária, resolvi posta-la aos meus três leitores

Febre nos anos 80 e fora de moda hoje, o permanente faz cem anos
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u65011.shtml

Após reinar absoluto na cabeça de cantores pop, estrelas de cinema e simples mortais nos anos 80, o permanente químico, criado há cem anos pelo cabeleireiro alemão Karl Nessler, hoje se tornou símbolo do mau gosto --exceto para alguns nostálgicos. Essa técnica, criada para encaracolar de forma "permanente" os cabelos lisos com a ajuda de produtos químicos, quase deixou careca sua primeira cobaia, a mulher do cabeleireiro da região da Floresta Negra, no sudoeste da Alemanha. Antes de aperfeiçoar uma técnica à base de bicarbonato, borato de sódio e gigantescos rolos metálicos aquecidos a fogo, as muitas tentativas de Nessler nos cabelos de sua mulher causaram gritos de dor e lhe renderam várias bofetadas.


Nessler finalmente apresentou a técnica em 8 de outubro de 1906, em Londres, e mandou patenteá-la. Rapidamente, foi adotada na Inglaterra e nos Estados Unidos, onde o cabeleireiro revolucionário se instalou em 1915. Mas Nessler acabou morrendo sozinho e em relativa pobreza em 1951, depois que a crise de 1929 acabou com a maior parte de sua fortuna.Foi nos anos 80, porém, que o permanente realmente conquistou o mundo. "Era verdadeiramente espantoso. Havia rolos por todos os lados", lembra Josef Kuveler, diretor artístico da Federação Alemã de Artesãos Cabeleireiros, citado pelo jornal "Süddeustche Zeitung". "O permanente dos anos 80 parecia a conseqüência de uma explosão no secador de cabelos", afirma Martina Acht, campeã mundial de cabeleireiros radicada em Offenbach, centro-oeste da Alemanha.

Apesar de sua estética polêmica, o permanente floresceu nas cabeças de cantores pop, como atestam os caracóis descoloridos dos suecos do grupo sueco Europe, autores de um dos hits dos anos 80, "The Final Countdown". Atrizes como Farrah Fawcett, as heroínas das novelas americanas "Dallas" e "Dinastia" e até mesmo vários jogadores de futebol adotaram o penteado e avolumaram os cabeleireiros nos anos 80.Pôsteres com os cachos de Sepp Maier, lendário goleiro do Bayern de Munique e da seleção de futebol alemã decoravam na época as paredes dos salões de beleza de todo o país. Apesar de tanto sucesso, hoje o permanente químico caiu em desuso.

Segundo uma recente consulta do instituto alemão GFK, especializado em consumo, apenas 3% das mulheres alemãs recorrem à técnica. "No meu salão é proibido pronunciar essa palavra", afirma um dos maiores cabeleireiros do país, o berlinense Udo Walz, ao "Süddeustche Zeitung".Os profissionais do setor admitem, no entanto, que os rolos e as ondulações ainda têm espaço em seus salões, mas com outros nomes, devido a métodos menos agressivos e, sobretudo, com resultados mais discretos.Mas o permanente ainda tem um punhado de nostálgicos admiradores. Entre eles está Oliver Bohn, um cabeleireiro de 31 anos que quer abrir neste mês um museu em homenagem ao inventor do permanente em sua pequena cidade natal de Todtnau. "Sua invenção correu o mundo. É claro ele que estaria orgulhoso", diz o prefeito de Todtnau, Andreas Wiessner.



Ah, os tempos pré chapinha...

Abrrrrraço!

Nenhum comentário: